O estágio no qual se encontra o câncer de mama é determinado por uma série de fatores. Para classificar esse estadiamento, são avaliados:
- a presença da lesão além da mama: linfonodos regionais (axila, por exemplo) ou órgãos distantes (fígado, pulmão, ossos);
- as características do próprio tumor (tamanho e comportamento biológico, com maior ou menor agressividade).
O estadiamento é importante para avaliar o prognóstico da doença e ajudar na melhor escolha do tratamento, além de avaliar se a paciente é candidata a algum ensaio clínico (pesquisa).
O sistema de estadiamento mais utilizado é aquele da UICC (União Internacional Contra o Câncer), conhecido como Sistema TNM.
Sistema TNM
O estágio é expresso através de um número (romano) em uma escala de 0 a IV, com algumas subdivisões por meio de letras. Por exemplo: Estágio IIA.
O cálculo é baseado em três características clínicas denominadas T (tamanho do tumor), N (presença de doença nos linfonodos) e M (presença de doença em outras partes do corpo).
A partir de 2018, com a liderança da AJCC (American Joint Committee on Cancer), outras características foram adicionadas na classificação:
- grau tumoral
- status do HER-2
- status dos receptores hormonais (estrogênio e progesterona0
- resultado do teste genético OncotypeDX (em casos de tumores receptores hormonais positivos e sem doença nos linfonodos)
A adição destes outros fatores tornou a classificação mais complexa, porém muito mais acurada na avaliação do prognóstico da doença e da paciente. Existem inclusive aplicativos online para smartphones para facilitar o cálculo do novo estadiamento.
De uma maneira geral, ainda é utilizada a seguinte classificação, bem simplificada, no estadiamento:
- LOCAL: lesão restrita à mama
- REGIONAL: envolvimento dos linfonodos
- DISTÂNCIA: envolvimento de outras partes do corpo
O prognóstico piora a medida que o tumor progride. Porém, em alguns casos, as características biológicas tumorais incluídas no novo estadiamento, como grau tumoral, receptores hormonais e HER-2 são tanto ou mais importantes quanto o aspecto clínico. Por exemplo: uma paciente que apresenta um tumor denominado de triplo negativo (receptores hormonais negativos e HER-2 negativo) pode ter um prognóstico pior do que uma paciente com receptores hormonais positivos, mesmo que a primeira tenha uma extensão local (somente na mama) e a segunda regional (linfonodo comprometido).
O acesso à terapia adequada é de fundamental importância. Não adianta contar com um marcador de resposta ao tratamento (como é o caso de receptores hormonais positivos) se não tiver acesso ao tratamento (hormonioterapia).
A inclusão dos novos fatores no cálculo dificultou muito a simplificação do estadiamento. Abaixo, confira como é classificado o estadiamento de uma maneira geral, segundo o Sistema TNM.
- ESTÁGIO 0 – utilizado para descrever uma lesão não invasora, denominada de Carcinoma intraductal ou Carcinoma Ductal in situ. Nestes casos, a lesão está restrita aos ductos mamários, não invadindo outras partes da mama nem disseminado para linfonodos ou outras partes do corpo.
- ESTÁGIO I – subdividido em IA e IB.
- ESTÁGIO II – subdividido em IIA e IIB.
- ESTÁGIO III – subdividido em IIIA, IIIB e IIIC.
- ESTÁGIO IV – disseminação da doença para outros órgãos do corpo.
- Dr. Felipe Zerwes > Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
- Dr. Eduardo Millen > Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
- Dr. Francisco Pimentel Cavalcante > Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
- Dr. Guilherme Novita > São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
- Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho > Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
- Dr. João Henrique Penna Reis > Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791