O que é o EVEROLIMUS?
O EVEROLIMUS é uma molécula que age no interior das células do tumor, inibindo o assim chamado mTOR (complexo alvo da rapamicina em mamíferos), que tem papel fundamental na síntese de determinadas proteínas dentro dessas células. Desse modo, o EVEROLIMUS reduz a capacidade de proliferação do tumor e formação de novos vasos sanguíneos que nutrem o tumor.
Quais os nomes comerciais e formas de aplicação do EVEROLIMUS?
O EVEROLIMUS é encontrado sob o nome comercial de AFINITOR. O medicamento está disponível na forma de comprimidos de 2,5 mg, 5 mg e 10 mg, que são tomados por via oral. Também pode ser encontrado sob o nome comercial de CERTICAN, com dosagem menor, utilizado na prevenção de rejeição de órgãos transplantados.
Quais as indicações do EVEROLIMUS?
No câncer de mama, o EVEROLIMUS tem papel no tratamento de cânceres de mama avançados que expressam receptores hormonais, ou seja, cujo crescimento seja estimulado pela ação dos hormônios femininos estrógeno e/ou progesterona, em pacientes que já tenham feito uso prévio de bloqueador hormonal.
O EVEROLIMUS, nesse contexto, é usado associado ao bloqueador hormonal EXEMESTANO. Além do câncer de mama, o EVEROLIMUS também pode ser utilizado no tratamento de câncer renal avançado e de tumor neuroendócrino avançado. O EVEROLIMUS também pode ser utilizado fora do contexto da Oncologia, como imunossupressor para prevenção de rejeição de órgãos transplantados.
Quais são os principais efeitos colaterais do EVEROLIMUS? Quais cuidados tomar durante o uso?
Os efeitos colaterais mais comuns do EVEROLIMUS são náuseas e vômitos, sangramentos nasais (em geral discretos), ressecamento da pele, diarreia, mucosite oral (inflamação da mucosa oral, eventualmente com aftas) e fadiga. É importante manter uma boa hidratação durante o uso do medicamento, sobretudo na presença de vômitos ou diarreia.
O surgimento de mucosite oral durante o uso de EVEROLIMUS, sobretudo nos primeiros meses, é frequente. Converse com seu médico sobre as melhores opções de profilaxia e tratamento de mucosite.
Pode haver algumas alterações nos exames laboratoriais durante o uso de EVEROLIMUS, como anemia, neutropenia (queda da imunidade), plaquetopenia (queda de plaquetas, com risco de sangramento) e aumento de colesterol e triglicérides.
Pacientes diabéticos precisam checar regularmente seus índices de glicemia durante o uso de EVEROLIMUS.
Efeitos colaterais mais graves como pneumonite (inflamação dos pulmões) e alteração da função dos rins podem ocorrer, porém são menos frequentes.
Em caso de febre durante o uso de EVEROLIMUS, comunique seu médico.
Durante o uso de EVEROLIMUS, deve-se evitar o consumo da fruta toranja (grapefruit) ou de seu suco, pois pode haver interação com o medicamento.
É contraindicado o uso de EVEROLIMUS durante a gravidez. Da mesma forma, está contraindicada a amamentação durante o uso de EVEROLIMUS.
O medicamento não deve ser utilizado por pacientes alérgicos (hipersensíveis) ao EVEROLIMUS ou relacionados, como sirolimus e tensirolimus.
CONCLUSÃO: O EVEROLIMUS é um medicamento que age inibindo a proliferação de células e a formação de novos vasos dentro do tumor. Seu alvo é intracelular (fica dentro da célula) e se chama mTOR. No tratamento do câncer de mama, o EVEROLIMUS costuma ser utilizado em associação ao medicamento EXEMESTANO em pacientes já tratadas previamente com bloqueador hormonal. Habitualmente seus efeitos colaterais são bem tolerados, sendo os mais frequentes mucosite oral (inflamação da mucosa oral, eventualmente com aftas), vômitos e diarreia. O uso de EVEROLIMUS só deve ser feito com os devidos acompanhamento e prescrição médica.
Autor:
Dr. Gustavo Piotto – CRM SP 134918
Médico Oncologista do Centro de Oncologia Integrado – Américas Serviços Médicos