Meu nome é Sandra Goss Velter Kuchnir, fui diagnóstica com câncer de mama aos 39 anos de idade, lembro bem do dia do diagnóstico em uma consulta clínica o médico mastologista, analisa as mamografias, e me diz: “precisamos fazer uma biópsia a uma possibilidade do nódulo ser maligno precisamos ter a certeza só a biópsia vai dizer, mas com a experiência que tenho tem 5% de não ser e 95% de ser”. E já me falou de quimioterapia e outros encaminhamentos, com a voz firme e acolhedora. Eu pensei “médico novinho não sabe nada… tinha o nódulo há 3 anos e todas as mamografias diziam birads 3, agora que fez uma retração de pele, um buraquinho vem me dizer isso, pensei logo no meu cabelão não tinha ninguém na família com o histórico, não, estou no 5%”. Então fiz a biópsia que só confirmou a consulta clínica, estava com “carcinoma lobular invasivo”. Então chorei ali mesmo, um sentimento que não sei explicar invadiu a minha alma, porém meu filho estava do lado de fora do consultório tinha que sair forte e entendi naquele momento que seria assim durante todo o tratamento (pois queria ver meus filhos formados, respondendo a pergunta de outro médico no desespero dos diagnósticos). Encarei a mastectomia radical da mama direita, seis meses de quimioterapia, 31 sessões de radioterapia e cinco anos de uma medicação.
Como disse a atriz Marcia Cabrita dei-me o direito de chorar por pequenas coisas, como a queda dos meus cabelos e segui firme para salvar a mim mesma com apoio dos meus pais, irmãs e irmão, esposo, do meu filho e filha e de meus amigos, familiares, pelos médicos e todos os profissionais da saúde. Lembro-me de um senhor enfermeiro da radioterapia que sempre dizia que estava “linda” com aqueles lenços, acessório que me acompanhou a algum tempo. Não tive coragem de tirar foto com a carequinha a mostra cada uma reage de um jeito né.
Depois de 3 anos da mastectomia radical, fiz a reconstrução da mama e estou no acompanhamento anual. Estou viva mais forte e sempre que posso ajudo com depoimentos, palestras em escolas alertando para o diagnostico precoce da doença sempre há um tratamento, seu corpo dá sinais observe e não deixe pra depois o câncer de mama não é uma sentença de morte. Seja FÊNIX – “A Fênix é uma ave que simboliza o renascimento, o triunfo da vida sobre a morte, o eterno recomeçar, porém sem perder a essência ao se tratar sempre da mesma criatura.
Desta maneira, simboliza a vida e seus ciclos, a esperança, o fato de que é preciso dar a volta por cima nas situações adversas.” (https://www.todamateria.com.br/fenix/ acesso 25/09/2020)
Hoje estou com 48 anos, vi meus filhos se formarem no ensino médio e em breve, os verei formados em suas faculdades.