Sou, Rilaine Silva da Nóbrega Sales, 39 anos, casada, mãe de 2 meninas. Desconfiei de uma possível alteração em minha mama direita após um autoexame, logo procurei uma confirmação através de uma mamografia e ultrassom, mas estes não definiram a minha suspeita, apresentaram uma descrição contrária do que imaginei e mais dúvidas. Mesmo diante deste fato, não me conformei e resolvi procurar um especialista, um mastologista, que descobri por acaso através de uma pesquisa na internet.
Na consulta com mastologista foi realizada toda uma triagem e a partir dessa suspeita, como também, meu histórico de ter perdido uma mãe com 33 anos de idade de câncer de mama quando eu tinha apenas 1 ano e 8 meses; foi iniciado um rastreamento para definir essa situação. Contudo, ano 2019, mês de agosto, foi confirmado o meu diagnóstico de carcinoma invasivo de mama direita, sendo triplo negativo, medindo 27mm. Nesse momento, meu mundo desmoronou e fiquei sem rumo e com pensamentos os mais variados, que permeavam em direção a um clima de incerteza e o medo de morrer.
Fui acompanhada por uma oncologista, indicada por meu mastologista e realizei todo um tratamento com muito receio de todo aquele novo universo. Mas o acompanhamento dessa equipe, tanto médica como de enfermagem na Clínica que fui tratada, foi de suma importância para essa etapa uma vez que buscavam ao meu lado o tratamento mais adequado frente ao meu diagnóstico e, medidas que me proporcionassem uma qualidade de vida durante a longa jornada que iria enfrentar.
Nesse período fui orientada sobre todos as etapas que passaria como: quimioterapia, cirurgia mastectomia bilateral, radioterapia e medicação complementar diante do que encontrassem em minha cirurgia com a biópsia.
Iniciei minha quimioterapia no dia 19 setembro de 2019 e terminei a mesma no dia 31 janeiro de 2020. Foram tempos difíceis, em razão dos efeitos colaterais que a mesma apresentava como: desconforto gástrico, queda de pelos e alterações em pele. No entanto, confesso que o emocional foi o que mais me abalou nesse percurso, porque não parava de pensar em minha família caso faltasse.
Com o passar do tratamento, busquei o meu conforto na parte espiritual e nele encontrei força para acreditar que minha vida poderia mudar e vencer todos esses obstáculos. E vale salientar, que a minha família foi o grande alicerce para que os dias, que pareciam escuros na minha visão, fossem clareados por esperança de que eu poderia superar tudo aquilo. Digo do fundo coração, que não é fácil para ninguém e tem horas que nem palavras de conforto ditas pelos entes mais queridos não fazem sentido, mas a nossa persistência nessa fase é de suma importância para que não desistamos de lutar por dias melhores e que a cura está em nossa direção.
Após essa fase, realizei minha mastectomia bilateral, no mês março, após pausa da quimioterapia e recuperação do meu sistema imunológico. Essa fase foi transcorrida com sucesso e tive uma excelente notícia de que meus linfonodos estavam livres de células neoplásicas e uma redução do tumor inicial para 0,9mm. Diante da situação encontrada, foi realizada no mesmo momento, minha reconstrução total da mama. Segui com uma recuperação que jamais imaginei, mesmo com as limitações devido ao procedimento, me mantive bem e com leves desconfortos que não tiravam o foco centrada na minha cura.
Após essa fase, precisei complementar as demais etapas com medicação oral. Não me senti muito confortável com a ideia, mas vivi e transcorri cada uma delas, com radioterapia e no momento, indo para 6º ciclo de uma medicação de 8 ciclos.
Acreditem que a luz irá aparecer na vida de vocês e que nosso corpo é único. Digo esta última palavra porque nos apegamos no que outro vivencia e esquecemos que nosso pode dar respostas surpreendentes diante de situações as mais difíceis. Vivam o momento buscando situações que confortem o seu dia a dia e se libertem, acreditar que tudo pode mudar para melhor é fundamental em nosso tratamento.