O que é o câncer de mama?
O câncer de mama é o tipo mais frequente de câncer entre as mulheres. Os principais fatores de risco são alterações genéticas e alguns hábitos de vida. O ideal é que seja detectado em fase inicial, através de mamografia. O tratamento geralmente envolve cirurgia, radioterapia e medicamentos. Nos casos iniciais, quando o tratamento é feito corretamente as chances de cura são superiores à 95%.
O câncer de mama é causado pelo crescimento descontrolado de uma célula, que leva a formação de um tumor e que pode se espalhar pelo organismo. Os tumores têm crescimento muito rápido e consomem toda a energia do corpo, causando a morte em estágio avançados.
O câncer de mama representa uma doença composta por vários subtipos. Os carcinomas invasivos correspondem a 98% do total e o carcinoma ductal invasivo (carcinoma invasivo de tipo não especial) representa cerca de 75% destes casos. O segundo tipo mais frequente é o carcinoma lobular invasivo (10% a 15%) e depois vem os subtipos especiais (menos que 5% dos casos).
Uma forma usada para avaliar a agressividade e o tratamento do câncer de mama é a imunoistoquímica, que divide os tumores em 3 subtipos: luminal (A e B), Her-2 e triplo-negativo.
Como detectar o câncer de mama?
Geralmente forma nódulos irregulares ou espiculados, porém pode se manifestar de outras formas, como microcalcificações irregulares (pleomórficas), assimetrias focais ou distorções arquiteturais.
A forma de detecção ideal é aquela feita antes de qualquer sintoma, através da mamografia de rotina. Em raras ocasiões, existe a necessidade de exames complementares para a detecção, tais como ultrassom ou ressonância de mamas.
O diagnóstico normalmente é obtido através de biópsias por agulha, exame pouco agressivo que confirma a presença do tumor e ajuda a planejar o tratamento.
Como tratar o câncer de mama?
A cirurgia do câncer de mama consiste na retirada de todo o tumor, com margens livres. As margens livres são definidas pela presença de tecido saudável ao redor de todo o tumor retirado, demonstrando assim que toda a lesão foi retirada.
Nos casos com lesão pequena (ou com boa proporção entre o tumor e a mama) a cirurgia preferencial é a quadrantectomia (cirurgia conservadora da mama). Afinal, este tratamento tem a mesma eficiência da mastectomia, porém menor dano físico e psicológico.
A mastectomia deve ser reservada para lesões extensas ou múltiplas (tumor multicêntrico). Em algumas situações de tumor grande, pode ser feito uso de medicações para diminuir o câncer e permitir a cirurgia conservadora de mama. Nos casos que a mastectomia é obrigatória, muitas vezes é possível preservar a pele e a papila mamária (mamilo), facilitando a reconstrução da mama.
Além da cirurgia mamária é necessária a avaliação dos linfonodos (gânglios) da axila. Normalmente, apenas a biópsia do linfonodo sentinela (primeiro linfonodo a receber a drenagem da mama) é suficiente. Porém, alguns casos necessitam de retirada de todos os linfonodos da axila (linfadenectomia ou esvaziamento axilar).
A reconstrução mamária após a mastectomia pode ser realizada na maioria dos casos, sem prejuízo a cura. A maior parte das reconstruções é feita com expansores de tecido ou próteses de silicone. Algumas pacientes precisam de transposição de pele de outros locais do corpo, geralmente abdome ou região dorsal.
O conceito de tratamento complementar após a cirurgia (ou adjuvante) com quimioterapia, bloqueadores hormonais e radioterapia nem sempre é claro para as pacientes. Afinal, para que terapias tóxicas se todo o tumor foi retirado na cirurgia?
Na verdade, além do tumor que é visto na mama, podem existir outros focos microscópicos que podem permanecer mesmo após a cirurgia. Também existem células tumorais circulando no organismo. A radioterapia e o tratamento medicamentoso (quimioterapia, bloqueio hormonal e terapia anti-Her-2) ajudam a eliminar estes focos e melhoram o controle da doença e as chances de cura.
Resumidamente, pode ser dito que a radioterapia é feita após todos casos de quadrantectomia e alguns casos de mastectomia (tumores maiores ou mais agressivos). O bloqueio hormonal (ou hormonioterapia) é feito sempre que o tumor expressa receptores hormonais de estrógeno ou progesterona. A terapia anti-Her-2 também é feita sempre que existe a expressão desta proteína.
A maior dúvida é sobre o uso de quimioterapia. As indicações ficam restritas aos tumores de maior tamanho ou biologia desfavorável, em pacientes com boas condições clínicas. Além do tamanho do tumor e do número de linfonodos comprometidos, as informações do exame imunoistoquímico e da assinatura genética ajudam na decisão sobre a indicação de quimioterapia.
As pessoas com câncer de mama detectados no início e com tratamento adequado tem chances de cura bastante elevadas e poucos efeitos colaterais do tratamento.
Autores:
- Guilherme Novita – São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
- Eduardo Millen – Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
- Felipe Zerwes – Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
- Francisco Pimentel – Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
- Hélio Rubens de Oliveira Filho – Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
- João Henrique Pena Reis – Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791