O que é o carcinoma colóide de mama?
O carcinoma colóide de mama é um tipo raro de carcinoma de mama, considerado de tipo especial. Ocorre em cerca de 2% das mulheres, geralmente em idade mais avançada. Estes tumores geralmente são pouco agressivos, mas o tratamento é parecido com o tipo não especial. A chance de cura geralmente é maior que 98%.
O carcinoma colóide de mama apresenta células ricas em mucina. Geralmente forma nódulos regulares, amolecidos e com aspecto gelatinoso. Existem dois tipos, o carcinoma colóide tipo A, com maior produção de mucina e menos agressivo e o carcinoma colóide tipo B, com menos quantidade de mucina e maior agressividade (semelhante ao tipo não especial).
O carcinoma colóide de mama geralmente apresenta positividade de receptores hormonais (receptor de estrógeno e receptor de progesterona), ausência da proteína Her-2 e baixo índice de proliferação celular (Ki-67), principalmente no tipo A.
Como detectar o carcinoma colóide de mama?
As imagens mamográficas mais frequentes são nódulos regulares e margens bem definidas. Como o crescimento é lento, a maioria dos casos é detectada por mamografia. O diagnóstico normalmente é obtido através de biópsias por agulha, de modo a confirmar a presença do tumor e planejar melhor o tratamento.
Como tratar o carcinoma colóide de mama?
A cirurgia do carcinoma colóide de mama consiste na retirada de todo o tumor, com margens livres. Nos casos com lesão pequena (ou com boa proporção entre o tumor e a mama) a cirurgia preferencial é a quadrantectomia (cirurgia conservadora da mama). Afinal, este tratamento tem a mesma eficiência da mastectomia, porém menor dano físico e psicológico.
A mastectomia deve ser reservada para lesões extensas ou múltiplas (tumor multicêntrico). Em algumas situações de tumor grande, pode ser feito uso de medicações para diminuir o câncer e permitir a cirurgia conservadora de mama. Nos casos que a mastectomia é obrigatória, muitas vezes é possível preservar a pele e a papila mamária (mamilo), facilitando a reconstrução da mama.
Além da cirurgia mamária é necessária a avaliação dos linfonodos (gânglios) da axila. Normalmente, apenas a biópsia do linfonodo sentinela (primeiro linfonodo a receber a drenagem da mama) é suficiente. Porém, alguns casos necessitam de retirada de todos os linfonodos da axila (linfadenectomia ou esvaziamento axilar).
A reconstrução mamária após a mastectomia pode ser realizada na maioria dos casos, sem prejuízo a cura. A maior parte das reconstruções é feita com expansores de tecido ou próteses de silicone. Algumas pacientes precisam de transposição de pele de outros locais do corpo, geralmente abdome ou região dorsal.
O conceito de tratamento complementar após a cirurgia (ou adjuvante) com quimioterapia, bloqueadores hormonais e radioterapia nem sempre é claro para as pacientes. Afinal, para que terapias tóxicas se todo o tumor foi retirado na cirurgia?
Na verdade, além do tumor que é visto na mama, podem existir outros focos microscópicos que podem permanecer mesmo após a cirurgia. Também existem células tumorais circulando no organismo. A radioterapia e o tratamento medicamentoso (quimioterapia, bloqueio hormonal ou terapia anti-Her-2) ajudam a eliminar estes focos e melhoram o controle da doença e as chances de cura.
Resumidamente, pode ser dito que a radioterapia é feita após todos casos de quadrantectomia e raramente após a mastectomia. O bloqueio hormonal (ou hormonioterapia) é feito sempre que o tumor expressa receptores hormonais de estrógeno ou progesterona (quase 100% das vezes).
Apesar de incomum, na maioria dos casos que existir expressão de Her-2 a terapia anti-Her-2 está indicada.
O tratamento com quimioterapia só é feito em tumores extensos no carcinoma colóide tipo A. Já os tumores de tipo B tem indicações semelhantes ao carcinoma de tipo não especial.
As pessoas com carcinoma colóide de mama que recebem tratamento adequado têm sobrevida superior às mulheres com carcinoma invasivo de tipo não especial (> 98%).