O que é o carcinoma adenóide cístico de mama?
O carcinoma adenóide cístico de mama ocorre em menos de 0,2% dos casos. Também conhecido por carcinoma juvenil, por ser mais frequente em jovens (média de 25 anos), crianças e homens. Apesar de perfil triplo negativo, apresenta baixo grau e excelente prognóstico. O tratamento é semelhante aos demais carcinomas invasivos.
O carcinoma adenóide cístico de mama apresenta padrão de crescimento sólido e microcístico, com áreas de componente tubular. O perfil imunoistoquímico demonstra ausência de receptores de estrógeno, progesterona e Her-2 (triplo negativo). Apesar disto, o prognóstico é excelente, principalmente em homens e crianças.
Como detectar o carcinoma adenóide cístico de mama?
A apresentação clínica geralmente consiste em massas retroareolares na maioria dos casos, principalmente em crianças e homens. As imagens típicas são nódulos sólidos ou sólidos-císticos.
O diagnóstico normalmente é obtido através de biópsias por agulha, de modo a confirmar a presença do tumor e planejar melhor o tratamento.
Como tratar o carcinoma adenóide cístico de mama?
A cirurgia do carcinoma adenóide cístico de mama consiste na retirada de todo o tumor, com margens livres. Nos casos com lesão pequena (ou com boa proporção entre o tumor e a mama) a cirurgia preferencial é a quadrantectomia (cirurgia conservadora da mama). Afinal, este tratamento tem a mesma eficiência da mastectomia, porém menor dano físico e psicológico.
No caso de homens, a mastectomia pode ser a opção principal para o tratamento.
Nas mulheres, a mastectomia geralmente não é necessária, devendo ser reservada para as raras ocasiões de lesões extensas ou múltiplas (tumor multicêntrico). Nos casos que a mastectomia é obrigatória, muitas vezes é possível preservar a pele e a papila mamária (mamilo), facilitando a reconstrução da mama.
Além da cirurgia mamária, nos casos de carcinoma adenóide cístico invasivo, é necessária a avaliação dos linfonodos (gânglios) da axila. Normalmente, apenas a biópsia do linfonodo sentinela (primeiro linfonodo a receber a drenagem da mama) é suficiente. Porém, alguns (raros) casos necessitam de retirada de todos os linfonodos da axila (linfadenectomia ou esvaziamento axilar).
A reconstrução mamária após a mastectomia pode ser realizada na maioria dos casos, sem prejuízo a cura. A maior parte das reconstruções é feita com expansores de tecido ou próteses de silicone. Algumas pacientes precisam de transposição de pele de outros locais do corpo, geralmente abdome ou região dorsal.
O conceito de tratamento complementar após a cirurgia (ou adjuvante) com quimioterapia, bloqueadores hormonais e radioterapia nem sempre é claro para as pacientes. Afinal, para que terapias tóxicas se todo o tumor foi retirado na cirurgia?
Na verdade, além do tumor que é visto na mama, podem existir outros focos microscópicos que podem permanecer mesmo após a cirurgia. Também existem células tumorais circulando no organismo. A radioterapia e o tratamento medicamentoso (quimioterapia, bloqueio hormonal ou terapia anti-Her-2) ajudam a eliminar estes focos e melhoram o controle da doença e as chances de cura.
Resumidamente, pode ser dito que a radioterapia é feita após todos casos de quadrantectomia e raramente após a mastectomia. O carcinoma adenóide cístico de mama raramente necessita de medicação, pois não responde ao bloqueio hormonal ou a terapia anti-Her-2.
Devido ao padrão de baixíssima agressividade, a quimioterapia raramente é usada nestes tumores.
As pessoas com carcinoma adenóide cístico de mama que recebem tratamento adequado têm excelentes chances de cura, com quase 100% de sucesso.