A cirurgia conservadora da mama é a técnica cirúrgica realizada para retirada de tumores mamários com preservação da mama. Foi desenvolvida no fim da década de 70 como opção à mastectomia (retirada total da mama). Naquela época, retirava-se o quadrante da mama aonde o tumor estivesse localizado e, por isso, também é conhecida como quadrantectomia. A cirurgia conservadora da mama aliada à radioterapia complementar demonstrou eficácia terapêutica igual ou superior a da mastectomia em pacientes candidatas a esta técnica.
Os avanços no tratamento complementar do câncer mama (hormonioterapia, quimioterapia), associadas às melhores técnicas de radioterapia, possibilitaram que a cirurgia conservadora retirasse quantidade menor de tecido sadio (margens cirúrgicas menores) e associação a técnicas de cirurgia plástica (oncoplastia) possibilitando resultados estéticos mais favoráveis e maior segurança para o paciente.
Diante da redução do volume mamário com as novas técnicas, passou a apresentar os seguintes sinônimos: cirurgia conservadora da mama, quadrantectomia, ressecção segmentar da mama e segmento de mama.
Quando a cirurgia conservadora da mama (ou quadrantectomia) pode ser indicada? E quando não deve ser feita?
A cirurgia conservadora da mama deve ser sempre a primeira opção no tratamento cirúrgico do câncer de mama desde que possa manter um resultado estético satisfatório às pacientes.
Para sua execução adequada, é necessário que a proporção entre o tamanho do tumor e o tamanho da mama permita que se retire o tumor, com pequena margem de segurança sem que se crie deformidade.
Idealmente deve ser programada para ser feita em tumores menores que 5 cm. Em tumores maiores e em pacientes sabidamente candidatas à quimioterapia, pode-se utilizar a estratégia de administrar a quimioterapia neoadjuvante (antes da cirurgia) para redução do tumor e depois operar. Isto permite, nos casos selecionados, ampliar a indicação da cirurgia conservadora.
Quando a cirurgia conservadora da mama não pode ser realizada?
Em pacientes que apresentam o diagnóstico de câncer em área de microcalcificações difusas pela mama ou grande área de extensão de microcalcificações, a cirurgia conservadora é contra-indicada.
Também representam contra-indicação os tumores com comprometimento inicial extenso da pele da mama (T4B/ T4D), conhecidos como carcinomas inflamatórios, primários ou secundários.
Pacientes com múltiplas lesões em diferentes quadrantes das mamas também devem ser considerados não candidatos à cirurgia conservadora.
Doenças autoimunes em atividade como lúpus e esclerodermia são consideradas contra-indicações ao tratamento conservador, devido à necessidade de radioterapia.
A falta de acesso à radioterapia pode representar uma condição de contra-indicação à realização do tratamento cirúrgico conservador, uma vez que a radioterapia é sempre indicada nestes casos.
Qual a importância das margens cirúrgicas na cirurgia conservadora da mama (quadrantectomia)?
As margens cirúrgicas ou margens de ressecção do tumor significa a distância de tecido mamário sadio removido junto do tumor. Inicialmente as cirurgias conservadoras eram projetadas para retirar entre 1-2 cm de tecido sadio ao redor do tumor, o que frequentemente deformava a mama. Hoje admite-se que a margem é livre e satisfatória quando não há tumor nos bordos de ressecção do “segmento retirado.
Resseções de mama com margens livres apresentam menores chances de recorrência do que com margens comprometidas. Porém não existe redução de recorrência em margens maiores que 1 mm.
Como melhorar as cicatrizes sem prejudicar o tratamento do câncer?
A escolha da incisão da mama (corte para a cirurgia) obedece áreas que não expõem a cicatriz demasiadamente. Preferencialmente, utiliza-se as cicatrizes ao redor da aréola por serem as que menos aparecem. Outras opções são as cicatrizes no sulco mamário inferior (abaixo da mama) e, eventualmente, em pregas existentes nas regiões axilares.
A cirurgia conservadora da mama é tão segura quanto a mastectomia?
A cirurgia conservadora associada a radioterapia adjuvante apresenta segurança igual ou até mesmo superior que a mastectomia, já comprovada em diversos estudos.
- Dr. Eduardo Millen > Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
- Dr. Felipe Zerwes > Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
- Dr. Francisco Pimentel Cavalcante > Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
- Dr. Guilherme Novita > São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
- Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho > Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
- Dr. João Henrique Penna Reis > Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791