Estudo Francês publicado em fevereiro de 2019 na revista da Sociedade Médica Americana (JAMA Internal Medicine) avaliou a possibilidade das próprias mulheres controlarem a compressão exercida sobre a mama pelo aparelho de mamografia durante o exame.
A importância da mamografia no diagnóstico precoce do câncer de mama é de conhecimento universal. Estudo publicado na revista científica Cancer há alguns dias estima que o rastreamento (exames realizados em mulheres assintomáticas) mamográfico e a melhora dos tratamentos sistêmicos evitaram cerca de 500 mil mortes por câncer de mama na população americana nos últimos 30 anos.
Infelizmente a mamografia pode causar desconforto e até mesmo dor em um número expressivo de mulheres e muitas temem realizar o exame, ou, pior ainda, o evitam, devido a este sintoma.
O estudo francês foi realizado em 6 centros, no período de 2013 a 2015, com inclusão de 549 mulheres e decidiu comparar o método “tradicional” (quem controla a compressão do aparelho sobre a mama é a funcionária do centro de diagnóstico) com a técnica denominada de “self-compression”(compressão realizada pela própria paciente, em tradução livre).
O objetivo principal do estudo era observar a espessura da glândula obtida na imagem comparando as duas técnicas, além de avaliar o grau de desconforto/dor mencionado pelas participantes.
Como resultado observou-se que a espessura obtida nas duas técnicas era similar, e que no grupo onde as mulheres controlavam a compressão, a queixa de dor foi menor.
A conclusão dos autores foi que a técnica de “self-compression” poderia ser utilizada nas mulheres que desejam ter um papel ativo no rastreamento e que temem o desconforto que pode estar relacionado com a mamografia.
Importante ressaltar que o que foi relatado acima não muda a prática atual (compressão realizada pela funcionária).
A publicação serve como uma ressalva de quão importante é avaliar o bem-estar das mulheres submetidas à exames de rastreamento e como sugestão de realização de novos estudos com uma inserção maior de pacientes.
O desconforto durante o exame não deve servir de justificativa para não realização do mesmo.
Converse com seu médico e solicite orientações sempre que estiver em dúvida.
- Dr. Felipe Zerwes > Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
- Dr. Eduardo Millen > Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
- Dr. Francisco Pimentel Cavalcante > Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
- Dr. Guilherme Novita > São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
- Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho > Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
- Dr. João Henrique Penna Reis > Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791