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    Em 2018 me deparei com um diagnóstico de câncer de mama. Mesmo com um resultado na mamografia de altíssima suspeita de câncer, eu achava (erroneamente) que, por não apresentar os fatores de risco (idade, histórico familiar, alta ingestão de álcool, vida sedentária, obesidade…), não poderia ser câncer. Até que veio o resultado da biópsia é só confirmou a suspeita da mamografia: carcinoma invasivo de mama localmente avançado.

    Ao receber essa notícia, um misto de sentimentos tomou parte de mim: Por que eu? O que vou fazer agora? Como será a minha vida agora? Como minha família vai reagir? Eu era um mar de emoções nunca antes vivenciadas, sobretudo medo e insegurança… O poema de Carlo Drummond de Andrade, “E agora, José?”, resumia muito bem aquele momento:

    “E agora, José?
    A festa acabou,
    a luz apagou,
    o povo sumiu,
    a noite esfriou,
    e agora, José?
    e agora, você? (…)”*

    Então chegou o momento de encarar o tão temido tratamento: no meu caso foram várias sessões de quimioterapia, cirurgia, radioterapia, fisioterapia e também o uso prolongado de um bloqueador de hormônio. Mas, logo no início do tratamento, uma enfermeira me disse algo que me deu coragem para seguir em frente: “Ana, a quimioterapia não é um bicho de sete cabeças. Não pense que você sairá daqui vomitando como naquela cena clássica do filme O Exorcista.

    E foi assim que tomei coragem, iniciei as sessões de quimio e passei a viver normalmente durante o tratamento.

    Trabalhava em home-office (sou muito grata à empresa que me proporcionou essa oportunidade), me reunia em casa com as amigas (agradeço a todas pelo carinho, sobretudo àquelas que se dedicaram a ficar nas sessões de quimio comigo), praticava atividade física, passeava no shopping… Minha família teve um papel EXCEPCIONAL (a todos, meu amor e agradecimento incondicionais). Foram 9 meses de tratamento (uma gestação! rs). Tive a sorte de ter no meu caminho uma equipe de médicos e enfermeiros SENSACIONAIS, aos quais sou eternamente grata.

    Tudo deu certo. É claro que ocorreram alguns sustos ao longo do caminho (a imunidade caiu drasticamente no início, no final houve suspeita de trombose), mas tudo foi contornado. Só tenho a agradecer por hoje estar bem, fazendo apenas exames de acompanhamento.

    Portanto, ao receber o diagnóstico de um câncer de mama: Não desista! Vá em frente! Foque em seu tratamento! Esse é o momento de você parar, olhar para você e dizer: vou me cuidar! Foque na sua saúde. Tenha fé! Posso garantir que a vida após o câncer não é a mesma. É MUITO melhor! A vida tem muito mais valor, muito mais sentido! Hoje eu viajo mais, gosto de conhecer lugares diferentes, passei a trabalhar definitivamente em home-office, dou mais valor à alimentação saudável e atividade física e não abro mão de uma boa leitura e de sair com as amigas, principalmente para comer pizza (uma de minhas paixões!).

    Desejo a você que está lendo este texto muita força, coragem e uma excelente caminhada! Já deu tudo certo! E, caso queira saber mais como foi meu tratamento, fique à vontade para me escrever!

    Ana Paula, 47 anos, editora de livros.
    [email protected]

    *P.S.: Vale a pena ler o poema de Carlos Drummond de Andrade na íntegra!

    Portal Câncer de Mama Brasil

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