Nos últimos anos têm crescido um debate acerca da segurança dos implantes mamários, especialmente após o relato de alguns casos de um tipo raro de linfoma relacionado às próteses texturizadas. Milhares de mulheres também culparam os implantes por uma série de doenças, incluindo artrite reumatoide, fadiga crônica e dores musculares. Recentemente, o órgão americano que trata sobre a segurança de medicamentos e equipamentos médicos (FDA) se reuniu para debater sobre a segurança dos implantes de silicone.
O linfoma anaplásico de grandes células não é considerado um câncer do tecido mamário, mas uma forma de câncer que ataca o sistema imunológico e geralmente se forma no tecido cicatricial ao redor das próteses. Cresce lentamente e geralmente pode ser tratado com sucesso através da remoção cirúrgica dos implantes e da cápsula. Quando os implantes mamários são colocados no corpo, eles são inseridos atrás do tecido mamário ou sob o músculo peitoral. Ao longo do tempo, uma cicatriz fibrosa chamada cápsula se desenvolve ao redor do implante, separando-o do resto da mama. Em pacientes com implantes mamários, os casos relatados de linfoma eram geralmente encontrados adjacentes ao implante propriamente dito e contidos dentro da cápsula fibrosa.
No último update do FDA foram identificados cerca de 457 casos deste linfoma até o momento nos Estados Unidos, incluindo a morte de 9 pacientes, em um universo em que cerca de 400 mil mulheres por ano colocam implantes naquele país, sendo 75% por razões estéticas e o resto para a reconstrução após cirurgia de câncer de mama.
Após a reunião com especialistas e representantes dos pacientes, o FDA decidiu não propor qualquer aviso ou novas restrições para os implantes. A posição de longa data da agência é que os implantes são essencialmente seguros. O entendimento é que o número de casos de linfoma é pequeno em comparação com os pacientes estimados que usam implantes nos Estados Unidos, sendo ainda menor se considerarmos que cerca de 1,5 milhão de pessoas recebem implantes mamários em todo o mundo a cada ano. Há de se relatar também que o risco de morte após este tipo de linfoma é pequeno. O FDA colocou na balança o benefício do uso dos implantes em milhares de mulheres anualmente seja por razões estéticas ou reparadoras.
Não é a primeira vez que se discute esse assunto. Implantes foram colocados no mercado americano em meados da década de 1960, mas atraíram pouca atenção até o final dos anos 1980, quando surgiu uma onda de ações judiciais alegando danos graves e doenças ligadas a estes dispositivos. O FDA proibiu o implante com gel de silicone em 1992 devido a possibilidade de câncer de mama, lúpus e outras doenças. Entretanto, na sequência, estudos demonstraram segurança e descartaram o risco destas doenças, sendo os implantes devolvidos ao mercado consumidor Americano em 2006.
Recomendações
Qualquer paciente que seja candidata a utilizar próteses mamárias, deve ser avisada sobre efeitos adversos imediatos e tardios, assim como possíveis sinais de alerta, incluindo este incomum linfoma. Também deve discutir o tipo de prótese, bem como a marca do fabricante. Os principais sintomas do linfoma são: dor, nódulos, inchaço ou assimetria todos desenvolvidos alguns anos após a cirurgia. Estes sintomas normalmente são devido a acúmulo de líquido (seroma) ao redor dos implantes ou mesmo nódulos ao redor das próteses. O diagnóstico normalmente é feito através do exame do líquido e da cápsula ao redor do implante.
Vale lembrar que em qualquer sinal de alerta é importante procurar seu mastologista.
- Dr. Francisco Pimentel Cavalcante > Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
- Dr. Eduardo Millen > Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
- Dr. Felipe Zerwes > Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
- Dr. Guilherme Novita > São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
- Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho > Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
- Dr. João Henrique Penna Reis > Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791