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    Uma das fases de maior ansiedade no processo de lidar com uma doença é aquela na qual devemos abrir o resultado da biópsia. Os termos técnicos descritos no resultado nem sempre são compreensíveis e, caso o resultado da biópsia seja positivo para câncer, o texto geralmente não indica o grau de agressividade da doença de uma maneira simples.

    Não tire conclusões precipitadas

    É importante frisar que dificilmente a gravidade e a extensão da doença é avaliada somente pelo resultado da biópsia. Esse procedimento serve para definir se a doença é maligna (câncer), mas geralmente é necessário realizar exames complementares com o próprio material já biopsiado a fim de determinar qual o melhor planejamento terapêutico.

    Abaixo, seguem as principais características descritas em um resultado de biópsia de uma lesão maligna (câncer):

    Carcinoma infiltrante ou invasivo

    A primeira informação relevante é se as células cancerígenas estão contidas dentro dos ductos mamários (local por onde o leite é drenado até o mamilo) ou se a parede do ducto foi rompida e as células invadiram o tecido mamário ao redor do ducto.

    Denomina-se Carcinoma intraductal ou Carcinoma ductal in situ (CDIS) quando as células não saíram do ducto e Carcinoma infiltrante ou invasivo quando elas romperam a parede.

    Esta diferenciação é crucial, pois o tratamento das duas lesões é diferente. O carcinoma infiltrante tem a capacidade de sair da mama através do sistema linfático (canais que drenam um líquido chamado de linfa) e acometer os linfonodos (gânglios ou ínguas) que drenam a mama (região axilar e região ao redor da clavícula); ou através do sistema sanguíneo e acometer outros locais a distância (chamado de metástase a distância). O CDIS não tem a capacidade de sair da mama. A cirurgia dos linfonodos axilares e quimioterapia não estão indicadas em casos de CDIS, por exemplo.

    Em muitos casos, ambas as lesões podem estar representadas na biópsia: carcinoma infiltrante + CDIS. Nestes casos a lesão será tratada como carcinoma infiltrante.

    Quando o carcinoma infiltrante tem origem nos lóbulos mamários (local onde o leite é produzido) denomina-se Carcinoma lobular infiltrante.

    Grau

    Outra informação apresentada na biópsia é o Grau (histológico ou nuclear). O Grau é representado por uma escala que demonstra quão diferente a célula tumoral está em relação à célula mamária normal. Quanto maior é o grau, mais diferente e, portanto, mais agressivo é o tumor.

    Grau 1 ou baixo grau ou bem diferenciado:

    Células pouco diferentes das células normais, com padrão de crescimento lento e bem organizado.

    Grau 2 ou grau intermediário ou moderadamente diferenciado:

    Células em divisão um pouco mais rápida do que as células normais.

    Grau 3 ou alto grau ou mal diferenciado:

    Crescimento celular acelerado, desorganizado.

    Os tumores com Grau 1 são menos agressivos. Os tumores com Grau 3 são mais agressivos, porém são mais responsivos a tratamentos como quimioterapia e radioterapia.

    Invasão angiolinfática

    A mama apresenta uma rede de vasos sanguíneos e linfáticos em sua estrutura. A função da rede sanguínea é irrigar a mama com sangue “oxigenado” (arterial) e levar o sangue através do sistema de veias (venoso). A rede linfática é responsável pela drenagem da linfa, líquido que drena as “impurezas” produzidas na mama.

    A invasão angiolinfática pode estar presente ou ausente. A presença de invasão aumenta a chance de disseminação das células tumorais.

    Este breve texto serve somente como base para o entendimento de um laudo de biópsia de mama positivo para malignidade. A agressividade tumoral e a necessidade de exames complementares para decisão terapêutica serão melhor explicadas pelo médico responsável.

    Algumas informações para entender os termos do laudo da biópsia, mas o médico explicará melhor.

    Portal Câncer de Mama Brasil

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