A mamografia é o único exame aprovado para o rastreamento do câncer de mama em mulheres em todo o mundo. O exame consiste na realização de um “raio x da mama” em duas incidências: crânio caudal (de cima para baixo) e perfil ou Médio Lateral Oblíqua (incidência lateral).
As principais lesões observadas neste exame são os nódulos, calcificações, microcalcificações, distorções, assimetrias, linfonodos atípicos e outras. Estas são classificadas de acordo com o risco de corresponderem a câncer de mama, de acordo com classificação BIRADS.
Estudada desde a década de 70 sobre a efetividade no rastreamento do câncer de mama, a mamografia já demonstrou sua importante capacidade de reduzir a mortalidade por esta doença, isso porque o exame é capaz de identificar microcalcificações que podem representar o sinal mais precoce de malignidade ou nódulos menores de 1 centímetro, que não são possíveis de palpar clinicamente.
Diversos países como Brasil, Canadá, Itália, Espanha e outros recomendam a realização da mamografia entre 50 e 69 anos, duas vezes por ano. Estas recomendações são baseadas na relação custo x benefício da mamografia e maior probabilidade de encontrar lesões nessa faixa etária.
Já a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda a realização da mamografia anualmente para todas as mulheres brasileiras maiores de 40 anos.Essa recomendação é baseada em estudos que demonstraram redução da mortalidade de 15% nas mulheres entre 40 e 49 anos e 30% naquelas entre 50 e 69 anos. Recomenda ainda que mulheres que tenham expectativa de vida maior do que 10 anos continuem realizando o exame anualmente.
Atualmente diversas novas técnicas de mamografia têm possibilitado a detecção de lesões ainda menores e com mais chance de cura.
Entre elas podemos citar:
- Mamografia com contraste
A mamografia digital com contraste ou angiomamografia alia às informações da mamografia com dados de comportamento vascular das lesões de forma semelhante como é feita a ressonância magnética. O exame consiste de um mamógrafo especial (adição de filtro de cobre) com capacidade de adquirir imagens que avaliam apenas as estruturas que captam o contraste.
Em relação à mamografia digital isolada, apresenta maior capacidade de detecção com maior precisão. Estudos preliminares mostram uma capacidade de detecção semelhante à da ressonância magnética.
O exame está disponível nos Estados Unidos e Europa. No Brasil pode ser encontrado em poucos centros.
- Tomossíntese
A tomossíntese é um exame semelhante à mamografia, ou seja, obtém imagem tridimensional da mama através do raio-x. A diferença é que este consegue captar imagens em um único plano, imagens tridimensionais.
Enquanto a mamografia geralmente é obtida a partir de dois raios-X de cada mama de diferentes ângulos: de cima para baixo (incidência crânio caudal) e perfil (incidência Médio Lateral Oblíqua), a tomossíntese obtém diversas imagens, podendo realizar a reconstrução tridimensional das mamas, o que possibilitam imagens de melhor qualidade, evitando os efeitos sombra observados na mamografia.
Assim como a mamografia, a tomossíntese necessita de comprimir a mama. Diversos estudos demonstraram que a tomossíntese apresenta melhor capacidade de diagnóstico do que a mamografia, além de menores taxas de reconvocação e maior sensibilidade, sobretudo em mamas densas, das quais a capacidade da mamografia é mais reduzida.
As lesões observadas à tomossíntese devem ser também classificadas de acordo com a classificação BIRADS. E suas indicações são as mesmas da mamografia, representando uma evolução tecnológica deste último. Desta forma, quando disponível, a tomossíntese pode substituir a mamografia na detecção precoce do câncer de mama.
- Ultrassonografia
A ultrassonografia da mama é um exame que analisa a imagem da tela através da emissão de ondas de alta frequência na mama. Não há radiação envolvida no exame.
Este exame não é recomendado para o rastreamento em mulheres assintomáticas (sem sintomas), mas para auxiliar o diagnóstico de nódulos mamários observados pelas mulheres, para complementar o exame clínico em consulta médica, e para complementar a mamografia quando são apresentadas alterações.
Em mulheres jovens, sobretudo maiores de 30 anos, a ultrassonografia é o principal exame realizado para avaliar nódulos mamários. Pode ainda ser utilizado, excepcionalmente, como método adicional em mulheres com mamas densas, na qual a capacidade de detecção de tumores pela mamografia é reduzida.
A ultrassonografia também pode indicada como método de escolha para guiar a realização de biópsias de nódulos não-palpáveis observados na mamografia e com confirmação de imagens da ultrassonografia.
As lesões detectadas na mamografia e na ultrassonografia são classificadas de acordo com o Sistema BIRADS-ACR (Breast Image Report and Data System – American College of Radiology):
- Birads 0 – Imagem não conclusiva – (Recomenda-se a realização de outro teste diagnóstico)
- Birads 1 – Exame normal
- Birads 2 – Achados Benignos
- Birads 3 – Achados de baixa suspeição – Repetir em 6 meses (risco de lesão maligna < 2%)
- Birads 4 – Achados suspeitos (considerar realizar biópsia) (Risco entre 2-90%)
- Birads 5 – Achados altamente suspeitos (considerar biópsia) (Risco > 90%)
- Dr. Eduardo Millen > Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
- Dr. Felipe Zerwes > Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
- Dr. Francisco Pimentel Cavalcante > Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
- Dr. Guilherme Novita > São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
- Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho > Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
- Dr. João Henrique Penna Reis > Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791
FONTE: SBM/ breastcancer.org