Um novo teste de sangue, capaz de diagnosticar o câncer de mama ainda em estágio inicial, foi desenvolvido por cientistas britânicos. O modelo permite encontrar nódulos que nem mesmo aparecem em mamografias. “Para a oncologia, se iniciamos um tratamento no início da doença, maiores são as chances de cura e até mesmo podemos adotar procedimentos com menores efeitos colaterais”, explica o médico Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal.
Excetuando-se os casos de tumor oncológicos de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente na população feminina mundial e brasileira. De acordo com os dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer), o ano de 2022 deve alcançar aproximadamente 66.300 novos casos, que representam 43,74 registros por 100 mil mulheres.
O estudo britânico mostra que o novo exame pode diagnosticar o câncer antes mesmo do nódulo alcançar 1 grama e tem 92% de eficácia, sendo 5% a mais do que o exame de imagem. Segundo o oncologista, esse exame deve levar algum tempo para chegar ao Brasil: “Ele não vai dispensar outros procedimentos como a mamografia. Vai contribuir para um diagnóstico mais preciso”.
“As mulheres entre 50 e 69 anos precisam fazer a mamografia a cada dois anos”, orienta Ramon de Mello. Segundo ele, o exame deve ser realizado mesmo quando não há sinais ou sintomas da doença. “Reduzir os fatores de risco é outra medida que elas podem adotar. Parar de fumar, reduzir o consumo de álcool e a obesidade, devem estar nos planos para uma vida mais saudável, bem como uma alimentação balanceada e prática regular de exercícios físicos”.
Sobre Ramon Andrade de Mello
Pós-doutorado em Pesquisa Clínica no Royal Marsden NHS Foundation Trust (Inglaterra), Ramon Andrade de Mello tem doutorado (PhD) em Oncologia Molecular pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal).
O médico tem título de especialista em Oncologia Clínica, Ministério da Saúde de Portugal e Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO). Além disso, Ramon tem título de Fellow of the American College of Physician (EUA) e é Coordenador Nacional de Oncologia Clínica da Sociedade Brasileira de Cancerologia, membro da Royal Society of Medicine, London, UK, do Comitê Educacional de Tumores Gastrointestinal (ESMO GI Faculty) da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (European Society for Medical Oncology – ESMO), Membro do Conselho Consultivo (Advisory Board Member) da Escola Europeia de Oncologia (European School of Oncology – ESO) e ex-membro do Comitê Educacional de Tumores do Gastrointestinal Alto (mandato 2016-2019) da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (American Society of Clinical Oncology – ASCO).
Dr. Ramon de Mello é oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.