A ginecomastia é o desenvolvimento anormal da glândula mamária em homens. Na maioria dos casos é um fenômeno fisiológico e transitório em jovens e idosos. Normalmente, é confundida com o acúmulo de gordura (pseudo-ginecomastia ou lipomastia) e associada a alterações hormonais provocadas por doenças ou uso de drogas farmacológicas ou ilícitas.
O desenvolvimento do tecido mamário no homem geralmente ocorre devido a um desequilíbrio na relação dos hormônios masculinos (testosterona e androstenediona) e femininos, destacando-se o estradiol.
Este desequilíbrio hormonal acontece naturalmente nos períodos neonatal (logo após o nascimento, pela passagem de hormônios femininos pela placenta), adolescência/ puberdade e velhice. A ginecomastia nestas fases é transitória e é recomendada observação do paciente para ver como será a evolução.
As causas não fisiológicas da ginecomastia podem ser divididas em patológicas, medicamentosas e uso de drogas. Das causas patológicas destacam-se a Síndrome de Klinefelter, a cirrose hepática, o hipertireoidismo, a insuficiência renal crônica, a desnutrição, a doença de Parkinson e diversas neoplasias. A síndrome de Klinefelter é uma alteração genética rara, caracterizada pela presença de um cromossomo X extra no par sexual (XXY), com repercussões cognitivas e físicas, além do aumento da mama.
Diversos medicamentos associam-se à ginecomastia, como espironolactona, omeprazol, cetoconazol, metronidazol, finasterida, metroclopramida, as anfetaminas, anti-psicóticos, haloperidol, diazepam, além dos esteroides anabolizantes. O uso regular e frequente de álcool e maconha são comumente associados à ginecomastia, que leva secundariamente à redução da função hepática e aumenta a conversão fisiológica que ocorre no fígado de hormônios masculinos em femininos, através da enzima aromatase.
Com relação à investigação das causas de ginecomastia, a mais importante é diferenciar a ginecomastia do acúmulo de gordura nas mamas, decorrente da obesidade ou sobrepeso, conhecido como lipomastia ou pseudo ginecomastia.
Uma simples avaliação do IMC (índice de massa corporal) pode sugerir sobrepeso ou obesidade e indicar a pseudoginecomastia.
A avaliação da história e do exame clínico poderão indicar os exames a serem realizados. Normalmente realiza-se rotina laboratorial que inclua os principais hormônios relacionados. A ultrassonografia das mamas e eventual mamografia podem ser utilizadas em caso de dúvida sobre a presença de nódulos. Outros exames de imagem, como ultrassonografia de abdômen são comumente solicitados de acordo com a história clínica.
Apesar da investigação minuciosa em muitos pacientes não se conclui o diagnóstico, sendo classificada como Ginecomastia idiopática. O tratamento deve ser direcionado à patologia de base. Muitos pacientes com ginecomastia idiopática apresentam-se também com sobrepeso, sendo indicado emagrecimento.
O tratamento cirúrgico é considerado para aqueles com desconforto social e psicológico. As técnicas cirúrgicas podem envolver a remoção do tecido mamário normalmente através de pequena incisão periareolar, associadas ou não a lipoaspiração do tecido gorduroso sobrejacente.
A recuperação costuma ser rápida, com poucas complicações.
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