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    A mamografia é o método mais eficaz para o diagnóstico do câncer inicial de mama. Entre as principais alterações no exame mamográfico estão as lesões não palpáveis, também chamadas de subclínicas, que possibilitam uma maior chance de cura. Estão incluídas nestas lesões as assimetrias focais, cujo diagnóstico inicial pode ser feito através de biópsia por agulha, sem a necessidade de internação hospitalar.

    Quais os principais métodos para diagnosticar o câncer de mama?

    Nas últimas décadas temos tido uma grande evolução nos exames para diagnóstico do câncer de mama. O ultrassom e a ressonância magnética vêm sendo utilizados cada vez mais para esta finalidade. Mas a mamografia, já há muito tempo considerada o melhor método para a detecção precoce, tem evoluído de forma marcante com o uso dos equipamentos digitais. Além da alta qualidade das imagens, softwares para aumentar a sensibilidade e a especificidade deste exame estão sendo incorporados, como a tomossíntese mamária e a mamografia contrastada.

    O que são lesões pré-clínicas ou lesões não palpáveis de mama?

    O principal objetivo do mastologista é o diagnóstico precoce, com aumento significativo das chances de cura e a possibilidade de tratamentos muito menos agressivos. Por meio da mamografia são detectadas as chamadas lesões subclínicas, isto é, pequenas alterações que não são palpáveis pelo médico ou pela própria paciente. Estão entre elas os pequenos nódulos, os agrupamentos de microcalcificações irregulares, as neodensidades, as distorções de arquitetura e as assimetrias focais.

    O que são assimetrias focais?

    Os pequenos nódulos e os agrupamentos de calcificações irregulares são os achados pré-clínicos mais comuns. As neodensidades são aquelas novas imagens que não estavam presentes no exame anterior, demonstrando assim a importância do estudo comparativo. As distorções de arquitetura são alterações na forma e distribuição normais dos tecidos, que requerem uma visão aprimorada e experiente do médico observador. São comuns em pacientes submetidas à mamoplastia redutora ou de aumento (com implantes), devendo esta história pregressa ser levada em consideração.

    As assimetrias focais são achados menos frequentes e na maioria dos casos não estão relacionadas à patologia maligna. São definidas como pequenas imagens visualizadas em apenas uma das mamas, alcançando menos de 25% do total desta mama e presentes nas duas posições ou incidências do exame mamográfico. Importante lembrar que muitas mulheres podem apresentar mamas com assimetrias difusas e múltiplas, não sendo consideradas assimetrias focais.

    Quando biopsiar a assimetria focal e qual o melhor método?

    Para avaliar a real importância de uma assimetria focal, outras abordagens complementares podem ser úteis. Como se trata de uma alteração detectada particularmente pela mamografia, a compressão localizada desta área na mama e/ou o exame de tomossíntese (que permite reconstruir múltiplas imagens em cortes de 1mm), podem definir melhor o grau de suspeição, e eventualmente descartar a necessidade de biópsia.

    A ecografia e a ressonância magnética também podem auxiliar neste processo. Já para um diagnóstico definitivo em casos duvidosos ou suspeitos, recomenda-se a realização da biópsia. Dentre as melhores opções estão a biópsia de fragmento e a mamotomia (ou biópsia à vácuo), ambas podendo ser realizadas ou com o auxílio de ultrassom ou direcionada pela mamografia. Quando existe uma clara correspondência da assimetria focal diagnosticada pela mamografia com o exame de ultrassom, esta biópsia poderá ser feita com o auxílio deste último método. Caso contrário, a melhor opção é a intervenção dirigida pela mamografia.

    Com a paciente sentada ou deitada de bruços, dependendo do tipo de equipamento, tendo a mama imobilizada pela compressão, são feitas radiografias que serão utilizadas para a localização da lesão. Através de um equipamento de estereotaxia (localização tridimensional), o aparelho define as coordenadas e direciona o local e profundidade para a introdução da agulha, onde será feita a anestesia local.

    No caso da biópsia de fragmento utiliza-se um mecanismo de pistola com agulha que após sua introdução, fará o corte e a retirada do material, repetindo-se o procedimento de acordo com a quantidade de tecido coletado.

    Já na mamotomia, é feita a introdução de uma agulha especial conectada a um sistema com soro fisiológico e anestésico, que é ligada à um mecanismo de aspiração à vácuo, controlado por um pedal. Neste método, o corte e aspiração do material são feitos de maneira contínua, apenas com rotação da agulha, sem necessidade de retirada e reintrodução, fornecendo assim uma amostragem mais fidedigna. Na técnica de mamotomia a qualidade e quantidade do material retirado são superiores em relação aos tecidos obtidos com a técnica da biópsia de fragmento, proporcionando maior facilidade e segurança para o diagnóstico.

    Dependendo do tipo e tamanho da lesão pode ser necessária a colocação de um clipe metálico após o procedimento para identificar a localização onde foi realizada a biópsia. Este clipe servirá como guia numa eventual indicação de ampliação cirúrgica posterior.

    Conclusão

    A mamografia anual a partir dos 40 anos de idade é capaz de detectar pequenas alterações não perceptíveis pelo exame de toque, o que aumenta sobremaneira a chance de cura do câncer de mama. Entre estas alterações estão as assimetrias focais. Estas, apesar de frequentemente benignas, em alguns casos necessitam de uma abordagem invasiva.

    Esgotadas as outras opções para definir com certeza seu caráter benigno, está indicada a avalição por meio de uma biópsia.

    Os métodos atuais de biópsias com agulhas guiadas por ultrassom ou por mamografia são de grande utilidade para uma definição deste diagnóstico, evitando muitas vezes um procedimento cirúrgico como abordagem inicial.

    Texto escrito por:

    Dr. Jairo Luis Coelho Junior

    Coordenador do Serviço de Radiologia Mamária do Hospital Mater Dei de Belo Horizonte
    [email protected]

    Portal Câncer de Mama Brasil

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