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    A cirurgia da reconstrução mamária é considerada parte fundamental no tratamento do câncer de mama. Isso porque apresenta benefícios importantes para a recuperação emocional, especialmente o aumento da autoestima, já que o tumor é retirado e a mulher tem a possibilidade de sair da cirurgia já com a mama reconstruída e com aparência similar a uma mama real.

    A reconstrução pode ser parcial, quando a equipe cirúrgica utiliza tecidos locais da própria mama para o preenchimento, associando a técnicas de mamoplastia (cirurgia para reduzir o volume das mamas) ou pode ser total (após a mastectomia), quando os médicos utilizam próteses ou tecidos de outros locais do próprio corpo (músculo das costas e do abdômen).

    Normalmente, a reconstrução total da mama ocorre durante ou logo após a mastectomia, porém pode ser feita também meses ou, até mesmo, anos após o tratamento do câncer de mama. Neste caso, a equipe cirúrgica tem três opções:

    1- Criar um formato de mama usando um implante (prótese) definitivo em uma etapa única;

    2- Utilizar, inicialmente, um expansor (um tipo de prótese seca) inicial seguido de implante definitivo em duas etapas cirúrgicas;

    3- criar um retalho de tecido de outro lugar do corpo (reconstrução autóloga), ou associação de ambos.

    É importante salientar que o processo da reconstrução começa antes da retirada da mama. Inicia-se pela escolha da incisão (o local onde será acessada e retirada a mama) e da definição da técnica de mastectomia mais adequada para o melhor resultado estético final. Uma incisão discreta pode ter um excelente resultado, ao passo que uma incisão “visível” pode acarretar um resultado insatisfatório, mesmo se a mama ficar em um bom formato.

    Pode acontecer de a paciente ter dúvidas para decidir fazer ou não a reconstrução da mama e, obviamente, essa é uma escolha muito pessoal. A ansiedade para tratar o câncer faz com que algumas mulheres minimizem a importância da reconstrução e é normal sentir-se ansiosa.

    Embora não tenha como prever como será a reação após perder uma mama, há vários estudos que demonstram importante impacto positivo na qualidade de vida das mulheres que realizaram a reconstrução comparada às pacientes que optaram por não fazer, assim como apresentam um melhor resultado ao fazer o procedimento imediato do que o tardio. Por outro lado, a reconstrução mamária pode precisar de múltiplas cirurgias para atingir o resultado desejado e, em alguns casos, não atingi-lo.

    Reconstrução com implantes

    A escolha de um implante (prótese definitiva ou expansor) para reconstruir a mama leva em consideração, geralmente, o menor tempo cirúrgico comparado ao uso de um retalho, pois a área operada será apenas a parede torácica, não havendo necessidade de doação de tecidos de outros locais. Entretanto, pode exigir mais de um procedimento para refinamentos.

    O implante é geralmente colocado abaixo do músculo peitoral, para promover uma cobertura adequada e evitar complicações, já que o tecido remanescente da mama será reduzido. Os implantes podem ser preenchidos com solução de soro fisiológico (pouco usado no Brasil), gel de silicone ou uma combinação dos dois. Os implantes têm o formato de gota ou lágrima (anatômico) ou redondo. A superfície do implante pode ser lisa ou ter uma textura áspera (texturizado), mas isso não será sentido através da pele. Em geral, os implantes texturizados podem reduzir a chance de contratura da prótese (formação de um tecido firme).

    Algumas vezes, o implante definitivo não é colocado após a mastectomia, principalmente nas mulheres com mamas volumosas ou com maior risco de complicações por conta da grande quantidade de pele retirada. Neste caso, um expansor pode ser utilizado e o implante definitivo colocado em uma segunda cirurgia.

    Reconstrução com implante definitivo

    Em muitos casos, é possível realizar a reconstrução imediata com implante definitivo em uma única etapa. Mamas com pouco volume e pouca ptose (queda da mama) são candidatas ideais para essa técnica. Quando o implante é bem selecionado, apresenta taxas de complicações semelhantes à reconstrução em duas etapas (expansor seguido de implante em uma segunda cirurgia). Entretanto, mulheres com doenças associadas (hipertensão, diabetes, obesidade), tabagistas, com mamas volumosas ou que necessitem de mamoplastia apresentam maior chance de complicações e falha para este tipo de reconstrução (perda do implante).

    Reconstrução com expansor provisório

    Atualmente, esta ainda é a reconstrução mais utilizada no mundo. Consiste na colocação de um expansor provisório, um tipo de prótese vazia, que paulatinamente será preenchida por soro fisiológico no pós-operatório através de uma “válvula” integrada. Esta reconstrução deve ser complementada por uma segunda cirurgia para a troca pelo implante definitivo, geralmente entre três e seis meses após o término do tratamento, mas isso pode variar. Geralmente, a reconstrução em duas etapas tem taxas de complicação menores quando comparadas à reconstrução com implante definitivo.

    Reconstrução com expansor definitivo

    Esta técnica seria um meio termo entre a reconstrução com prótese definitiva e a reconstrução em duas etapas com expansor provisório. Neste caso, é utilizado um expansor que será parcialmente preenchido por silicone e  completado com soro fisiológico. O objetivo seria evitar uma segunda cirurgia, no entanto pequenos “retoques” podem ser necessários para finalizar o formato adequado da mama, bem como um pequeno procedimento para retirar a válvula.

    Autores:
    Portal Câncer de Mama Brasil

    Dr. Eduardo Millen • Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
    Dr. Felipe Zerwes • Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
    Dr. Francisco Pimentel Cavalcante • Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
    Dr. Guilherme Novita • São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
    Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho • Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
    Dr. João Henrique Penna Reis • Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791

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