O que é o carcinomaa tubular invasivo de mama?
O carcinoma tubular invasivo é um tipo raro de carcinoma de mama, considerado de tipo especial. Ocorre em cerca de 1% a 2% das mulheres, geralmente em idade mais avançada. A principal característica deste tumor é a baixa agressividade. A chance de cura das mulheres com esta doença pode chegar a 100%.
O carcinoma tubular invasivo apresenta deve ser constituído por ao menos de 90% de estruturas tubulares. Estas formações se assemelham muito ao tecido mamário normal, indicando que o tumor é pouco agressivo. Normalmente também não existe doença nos linfonodos.
O carcinoma tubular invasivo clássico apresenta positividade de receptores hormonais (receptor de estrógeno e receptor de progesterona), ausência da proteína Her-2 e baixo índice de proliferação celular (Ki-67).
Como detectar o carcinoma tubular invasivo?
As imagens mamográficas mais frequentes são nódulos estralados (ou espiculados). Algumas vezes o diagnóstico é feito por massas palpáveis. O diagnóstico normalmente é obtido através de biópsias por agulha, de modo a confirmar a presença do tumor e planejar melhor o tratamento. Algumas vezes, o material da biópsia por agulha por ser insuficiente para diferenciar o carcinoma tubular invasivo da lesão esclerosante complexa (ou cicatriz radial). Nestas situações a retirada da lesão por cirurgia sempre é indicada.
Como tratar o carcinoma tubular invasivo?
A cirurgia do carcinoma tubular invasivo consiste na retirada de todo o tumor, com margens livres. Nos casos com lesão pequena (ou com boa proporção entre o tumor e a mama) a cirurgia preferencial é a quadrantectomia (cirurgia conservadora da mama). Afinal, este tratamento tem a mesma eficiência da mastectomia, porém menor dano físico e psicológico.
A mastectomia deve ser reservada para lesões extensas ou múltiplas (tumor multicêntrico). Em algumas situações de tumor grande, pode ser feito uso de medicações para diminuir o câncer e permitir a cirurgia conservadora de mama, porém isto ocorre pouco neste tipo de tumor. Nos casos que a mastectomia é obrigatória, muitas vezes é possível preservar a pele e a papila mamária (mamilo), facilitando a reconstrução da mama.
Além da cirurgia mamária é necessária a avaliação dos linfonodos (gânglios) da axila. Normalmente, apenas a biópsia do linfonodo sentinela (primeiro linfonodo a receber a drenagem da mama) é suficiente. Porém, alguns casos necessitam de retirada de todos os linfonodos da axila (linfadenectomia ou esvaziamento axilar).
A reconstrução mamária após a mastectomia pode ser realizada na maioria dos casos, sem prejuízo a cura. A maior parte das reconstruções é feita com expansores de tecido ou próteses de silicone. Algumas pacientes precisam de transposição de pele de outros locais do corpo, geralmente abdome ou região dorsal.
O conceito de tratamento complementar após a cirurgia (ou adjuvante) com quimioterapia, bloqueadores hormonais e radioterapia nem sempre é claro para as pacientes. Afinal, para que terapias tóxicas se todo o tumor foi retirado na cirurgia?
Na verdade, além do tumor que é visto na mama, podem existir outros focos microscópicos que podem permanecer mesmo após a cirurgia. Também existem células tumorais circulando no organismo. A radioterapia e o tratamento medicamentoso (quimioterapia, bloqueio hormonal ou terapia anti-Her-2) ajudam a eliminar estes focos e melhoram o controle da doença e as chances de cura.
Resumidamente, pode ser dito que a radioterapia é feita após todos os casos de quadrantectomia e raramente após a mastectomia. O bloqueio hormonal (ou hormonioterapia) é feito sempre que o tumor expressa receptores hormonais de estrógeno ou progesterona (quase 100% das vezes). A terapia anti-Her-2 ou a quimioterapia raramente são necessárias.
As pessoas com carcinoma tubular invasivo que recebem tratamento adequado têm sobrevida semelhante às mulheres sem câncer de mama.