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    Conheça as principais condições que podem imitar a infecção na mama:

    • Mastite granulomatosa idiopática

    A mastite granulomatosa idiopática é uma condição benigna, mais comum em mulheres jovens. A causa exata é desconhecida e os sintomas provocam longos períodos de inflamação na mama, associados a fístulas (drenagens na pele) e formação de nódulos, podendo recidivar várias vezes ao longo dos anos.

    As mulheres podem notar um edema (acúmulo anormal de líquido nos tecidos) significativo, desconforto, alterações na pele ou cicatrizes, além de drenagem de líquido sanguinolento ou amarelo, levando a deformidades da mama, fístulas e cicatrizes posteriores. Geralmente, se apresenta como um nódulo que pode ter imagem que se assemelha a abscessos da mama. Aspiração, cultura de tecidos e biópsia podem ser necessários nesta condição.

    Tratar a mastite granulomatosa pode ser um desafio, já que a causa exata permanece desconhecida. Muitas opções de tratamento estão disponíveis, incluindo esteroides tópicos, esteroides orais ou metotrexato. Os antibióticos podem ser utilizados em uma infecção secundária, mas não são a primeira escolha. O líquido acumulado pode ser aspirado com uma agulha e um teste para descartar a tuberculose deve ser realizado, pois os quadros clínicos são relativamente semelhantes.

    A cirurgia da área afetada é recomendada aos casos graves que não respondem aos medicamentos e podem resultar em uma deformidade, já que a área pode ficar “aberta” na mama por várias semanas. Independentemente dos tratamentos indicados, a resolução deve levar meses.

    É importante frisar que, independentemente do tratamento, a mastite granulomatosa é uma condição autolimitada que normalmente resolve ao longo de alguns anos e não aumenta o risco de desenvolver o câncer da mama.

    O quadro de uma mama “vermelha”, com edema, que não melhora com antibióticos, linfonodos atípicos na axila e pele que lembra uma casca de laranja (Peau d’ Orange) pode aumentar a suspeita. E neste caso é recomendado realizar uma biópsia para diferenciar de uma mastite.

    • Abscesso

    O abscesso mamário é uma infecção com saída de pus da mama. Já o abscesso mamário não-lactacional é um abcesso da mama que ocorre em uma mulher que não está grávida ou amamentação.

    Os dois podem ser divididos em dois grupos amplos: periféricos (longe da aréola) ou areolar (perto ou atrás do complexo aréolo-mamilar).

    A maioria dos abscessos periféricos é semelhante às infecções ocasionadas em outras partes do corpo e são tratados da mesma forma. Além disso, os abscessos periféricos podem ser associados às questões médicas subjacentes, como diabetes, ou condições de pele, como hidradenite (glândulas sudoríparas obstruídas), acne ou trauma.

    Abscessos próximos à aréola afetam, mais comumente, mulheres entre 18 e 50 anos, sendo vistos com mais frequência em fumantes e em pacientes obesos. Existe a possibilidade de ocorrer uma fissura central. Pacientes que são diabéticos ou que fumam também são mais propensos a desenvolver abscessos recorrentes.

    Os abscessos periarolares podem ser iniciados por mudanças nos ductos terminais abaixo do mamilo. As células podem sofrer de “metaplasia escamosa”, um tipo de alteração celular que pode obstruir os ductos. Isso leva a um acúmulo de detritos e secreções que tornam os ductos infectados.

    As bactérias mais freqüentes são organismos aeróbicos, que vivem com oxigênio, como estafilococos aureus, estreptococos e pseudomonas. Infecções podem também envolver bactérias anaeróbias, que vivem sem oxigênio, como Peptostreptococcus, Propionibacterium e Bacteroides. A presença desses microrganismos leva ao quadro de infecção. A ausência de tratamento pode ocasionar a  piora da infecção e formação de uma loja de pus (abscesso).

    Os principais sintomas dos abscessos da mama são dor, hiperemia (vermelhidão) e edema (inchaço). Qualquer alteração no seio deve ser avaliada por um profissional médico.

    O tratamento começa menos invasivo, com antibióticos de amplo espectro que cobrem os organismos mais comuns. Uma ultrassonografia da área afetada pode mostrar se há uma coleção de fluido, podendo ser aspirado (removido com uma agulha) se necessário. A aspiração pode fornecer material para a cultura (meio de identificar um microrganismo), bem como tratar o abscesso, levando muitas vezes a diminuição da dor, pressão e inchaço. Às vezes, aspirações repetidas, assim como uma drenagem são necessárias, em casos na qual a pele sobre o abscesso for muito fina ou comprometida.  Estas feridas frequentemente são deixadas “abertas”, com curativos feitos diariamente.

    A maioria dos abscessos de mama é resolvida com a aspiração da agulha ou incisão e drenagem. Os abscessos recorrentes e crônicos são mais comumente associados ao tabagismo.

    Se um abscesso periarolar se repetir, uma fístula do ducto (abertura na pele) pode se desenvolver. Neste caso, a cirurgia é indicada, incluindo uma fistulectomia (extração do ducto acometido, do trajeto até a pele do tecido inflamado). Parar de fumar também é importante para a prevenção de abscessos recorrentes.

    Autores:

    Portal Câncer de Mama Brasil

    Dr. Eduardo Millen • Rio de Janeiro/RJ – CRM-RJ: 5263960-5
    Dr. Felipe Zerwes • Porto Alegre/RS – CRM-RS: 19.262
    Dr. Francisco Pimentel Cavalcante • Fortaleza/CE – CRM-CE: 7.765
    Dr. Guilherme Novita • São Paulo/SP – CRM-SP: 97.408
    Dr. Hélio Rubens de Oliveira Filho • Curitiba/PR – CRM-PR: 20.748
    Dr. João Henrique Penna Reis • Belo Horizonte/MG – CRM-MG: 24.791

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